Discurso pronunciado em 19 de abril de 1942, por ocasião do aniversário natalício do Presidente Getúlio Vargas.
"Dignas autoridades eclesiásticas, civis e militares
Exmo. Sr. Dr. Whady Nassif, ilustre Prefeito de Uberaba
Povo da minha terra
As associações profissionais, as classes trabalhadoras, os estabelecimentos de ensino, os sindicatos operários, as sociedades econômicas e culturais, o 4º Batalhão de Caçadores Mineiros e o Tiro de Guerra 168, pediram-me que, neste dia, ao ensejo do aniversário natalício do Presidente Getúlio Vargas, eu aqui viesse, perante V. Exª, Sr. Dr. Whady Nassif, para em seu nome, proclamar bem alto, que considerem o Presidente Getúlio Vargas o maior dos brasileiros e apresentar ao Exmo. Sr. Governador Benedito Valadares e a V. Exª as suas melhores e mais vivas expressões de reconhecimento, de admiração e de solidariedade.
E é com a maior alegria que eu me desempenho dessa missão, porque, pela minha formação moral e a própria profissão que exerço, nada mais grato ao meu espírito do que fazer justiça ou levantar a minha voz em nome da justiça.
Neste momento, pronuncia-se, inequívoco e eloquente, o veredicto popular sobre o trabalho magnífico e redentor do Presidente Getúlio Vargas, sobre as beneméritas realizações do Governador Benedito Valadares e sobre a sua brilhante, operosa e admirável administração, Sr. Dr. Whady Nassif.
Em verdade, nesta hora, a administração do Sr. Dr. Whady Nassif recebe o julgamento do provo de Uberaba.
Sempre, nos países onde a liberdade é o apanágio da civilização, o povo se reuniu na praça pública, como hoje, para julgar os seus dirigentes, quer para exaltá-los, quer para condena-los; quer para manifestar-lhes o seu apreço, a sua estima e a sua gratidão, quer para fazê-los sentir o seu descontentamento, a sua repulsa e o seu desprezo.
E, quando o povo, em manifestação como esta, em que se representam todas as forças do trabalho e da produção e todos os elementos de sua cultura, vem dizer ao seu dirigente que o preza e que lhe dedica toda a sua amizade, todo o seu agradecimento pelos serviços prestados à coletividade, toda a sua admiração e toda a sua solidariedade, é porque esse dirigente tem correspondido, de verdade, às esperanças, às aspirações e aos ideais do povo.
E se o povo de Uberaba, este povo altivo e independente como nenhum outro, assim se manifesta a respeito de sua administração, e assim lhe traz os seus mais vibrantes aplausos e o seu mais seguro e decidido apoio, é porque V. Exª tem concretizado, em realizações magníficas, todos os seus anseios de progresso e de civilização, é porque V. Exª vive no coração de Uberaba.
V. Exª, Sr. Dr. Whady Nassif, tem sido, neste rincão da pátria, o mais legítimo representante da nova mentalidade brasileira, desse glorioso espírito de reconquistas e de redenções que caracteriza o Estado Novo que o gênio de Getúlio Vargas providencialmente instituiu, para a salvação do Brasil.
Digo providencialmente, muito de propósito, porque a gente tem a mais viva impressão de que a Providência reserva ao Brasil missão das mais nobres e relevantes na marcha da civilização humana, e lhe enviou um homem como Getúlio Vargas para arrebatá-lo do caos e da anarquia, para recompor as suas forças dispersas, para nacionalizá-lo, para conduzi-lo aos luminosos altiplanos de um destino cheio de glórias.
Quem reflete sobre a angustiosa situação em que se encontrava a pátria, nos dias que antecederam o 10 de novembro de 1937, vê, desde logo, que, salvo os tempos atormentados da Regência, nunca o Brasil sofreu tão sérios, tão reais e tão iminentes perigos de desagregação, de convulsões aniquiladoras, de recessão e de sofrimentos indescritíveis.
De um lado, os extremistas da direita, bem organizados, desejavam implantar sob os céus livres da América o regime abominável do absolutismo, da tirania e da escravidão.
E as próprias correntes democráticas, que se digladiavam surdamente, apelavam para a força das armas, tentavam seduzir o exército e a armada, falavam em guerra civil, em golpes violentos contra a posse do adversário, na Presidência da República.
No terreno das ideias, era a anarquia absoluta, o entrechoque de todas as doutrinas e de todas as teorias, mesmo as mais absurdas, exóticas e perigosas, sem que o pensamento brasileiro tivesse uma diretriz segura, uma orientação firme, uma unidade fecunda e criadora.
Nós nos aproximamos de uma situação idêntica à da China.
O Brasil desnacionaliza-se.
Os clubes separatistas e as sociedades confederacionistas começaram a surgir, chegando a proibir que, em suas sessões, fosse pronunciado o nome do Brasil.
As bandeiras dos Estados já substituíam, em certas solenidades, o pavilhão nacional e eram cantadas, cultuadas, amadas.
Nem sabíamos para onde íamos.
E assim, nos abatíamos, em desassossegos, angústias, intranquilidades e temores, quando, a 10 de novembro de 1937, o Presidente Getúlio Vargas instituiu o Estado Novo.
Veio a redenção.
Desanuviaram-se os horizontes pátrios e uma claridade bendita e consoladora iluminou a senda que o Brasil tem trilhado e há de seguir sempre, para a sua grandeza e a felicidade do seu povo.
E a Pátria, pouco a pouco, liberta de todas as torturas e de todas as inquietações, foi reconquistando a consciência de si mesma.
O desaparecimento das flâmulas estaduais, para substituir, apenas, gloriosa e eterna, a Bandeira do Brasil, pode ser considerado como símbolo da reconstrução nacional.
A Bandeira é uma para nosso amor e para nosso carinho, como é só uma a Pátria, sem fronteiras internas, sem pruridos regionalistas, sem diversidades de crenças e de ideais.
Os estrangeiros foram contidos nos limites dos seus naturais direitos, não podendo mais invadir o terreno político, nem as vitais esferas econômicas do País, nem evitar a assimilação dos seus descendentes pelo espírito de brasilidade, nem manter escolas e editar jornais que afastem do Brasil o amor ou o interesse da juventude ou dos imigrantes, nem criar os famosos kystos, núcleos de população alienígena, constituindo as célebres 'minorias raciais', zonas de influência que outros países, mais cedo ou mais tarde, poderiam desejar reivindicar.
Nacionalizaram-se as profissões liberais, o funcionalismo, o ensino, os bancos, as quedas d'água, as jazidas minerais, a radiodifusão e a imprensa.
O glorioso exército nacional foi dotado de novos e abundantes equipamentos, habilitando-se eficientemente para a defesa nacional.
Abriram-se fábricas de material bélico e, em Lagoa Santa, instala-se uma fábrica de aviões.
A admirável e heroica Armada do Brasil está renovada, inteiramente.
Os nossos estaleiros, fechados desde os tempos magníficos de Mauá e do Visconde de Ouro Preto, reiniciaram, dinamicamente, a sua atividade e já deram à Pátria numerosos vasos de guerra.
A aviação, militar e civil, recebeu um verdadeiro impulso criador, fundando-se em toda parte clubes e escolas de aviação, concitando-se a mocidade a formar a maior e mais poderosa esquadra aérea da América do Sul.
E, para que o Brasil seja digno de Santos Dumont, o Presidente Getúlio Vargas criou o Ministério da Aeronáutica.
Foram abertas e lançadas novas estradas de ferro e estradas de rodagem com o intuito, não só de facilitar os transportes, mas, também, de criar o sistema unitário de trânsito no Brasil.
A agricultura, a fonte mais robusta da economia nacional, foi amparada por numerosas leis sábias e prudentes e, hoje, o Banco do Brasil financia toda atividade honesta, nas esferas da lavoura e da pecuária.
Empréstimos a 7% representam o verdadeiro crédito popular, simples, acessível, encorajador, pelo qual aspiravam todos os brasileiros.
A indústria nacional prospera de modo notável e empolgante, dispensando já o consumo de inúmeros artigos estrangeiros.
O ensino técnico profissional, uma das maiores necessidades da pátria, passou a ser encarado com seriedade e, em todos os Estados, surgem os liceus e as escolas de trabalho.
Fundam-se Colônias Agrícolas, para distribuição gratuita de lotes a brasileiros pobres, assegurando, a todos, trabalho, instrução, crédito, vida tranquila e feliz.
O ensino está sendo refundido, para que se faça uma verdadeira seleção dos capazes, na formação da elite intelectual e das classes de cultura e de pensamento, no Brasil.
Prosseguindo na sua obra formidável de reerguimento de todas as forças vitais da nação, o Presidente Getúlio Vargas acaba de criar a grande Siderurgia, a empresa que se destina a fazer do Brasil um dos países mais ricos e prósperos do mundo.
E, acima de tudo, cuida-se da juventude, ampara-se a família, decretam-se o novo Código do Processo Civil, para tornar a Justiça efetiva e segura, e o novo Código Penal para a defesa da sociedade contra o crime.
E educa-se o caráter do povo, no sentido da firmeza e do cumprimento do dever.
E isso é importantíssimo.
É preciso que cada um tenha o sentimento da responsabilidade.
O fator psicológico é, sem dúvida, o mais importante na vida das coletividades.
Um povo sem caráter é um povo que se aniquila.
Hoje, 19 de abril, é também o dia da 'Juventude Brasileira', mais uma criação gloriosa de Getúlio Vargas, para reunir os espíritos jovens de nossa pátria, em torno dos mesmos ideais de brasilidade, de crença e de fé; para robustecer todas as energias morais e físicas da nossa mocidade.
Pois é preciso que essa Juventude saiba que o caráter vale tudo.
Na terrível conflagração que se desencadeou na Europa e ameaça envolver o mundo inteiro, vencerá, sem dúvida, o caráter, pois só ele pode triunfar, mesmo contra as mais poderosas armas de guerra.
Porque é o caráter que nos ensina que mais vale morrer pela liberdade do que viver para a escravidão; que mais vale morrer pela honra do que viver para o desdouro e para a ignomínia.
Por tudo isso e também pela sua bondade, pela sua serenidade, pela reforma de nossa legislação social, uma das mais perfeitas da terra, realizada sem lutas e sem derramamento de sangue, implantando o regime da justiça, mas relações entre patrões e empregados, evitando que seja o homem explorado pelo seu semelhante, Getúlio Vargas já ingressou na História do Brasil com o título glorioso de Renovador.
Hoje, dia de seu aniversário, peçamos a Deus, do íntimo do nosso coração, que no-lo conserve por muitos e muitos anos, para a felicidade do Brasil.
O Governador Benedito Valadares, em Minas, e o Sr. Dr. Whady Nassif, em Uberaba, têm sido beneméritos, legítimos e inconfundíveis realizadores do Estado Novo.
Minas Gerais, sob o governo de Benedito Valadares, afirma-se, cada dia mais, na comunidade brasileira, pelo seu trabalho construtor, pelo seu progresso material, pela inteireza moral do seu povo, pelas suas conquistas nos domínios da inteligência, voltando a ser aquela 'brilhante estrela do Sul', a que se referiu Francisco Otaviano.
Aqui mesmo, temos exemplos frisantes e eloquentes da benemerência do governo do Exmo. Sr. Dr. Benedito Valadares: o serviço de energia elétrica, o serviço de águas, a praça de esportes e tantos outros serviços de relevância fundamental para a vida e para a prosperidade do nosso povo.
Uberaba contraiu uma dívida de eterna gratidão para com o governador Benedito Valadares.
Ergue-lhe, por isso, um monumento em sua praça principal e proclama que S. Exª, é, sem contestação, o maior benfeitor de Uberaba.
Quanto ao Sr. Dr. Whady Nassif, é preciso dizer que ele vem realizando, gloriosamente, a transformação de nossa terra.
Há poucos dias, ouvi de um ilustre homem público de Goiás, ex-Presidente de seu Estado e ex-deputado federal, a grata e confortadora declaração de que Uberaba, nestes três últimos anos, progrediu mais do que em trinta anos de vida pregressa.
E é uma verdade que salta aos olhos de toda gente.
Uberaba está passando por um período de radical transformação, em todos os setores de sua atividade, em todos os aspectos de sua vida.
É, evidentemente, em todo o Brasil, uma das cidades que mais progridem, que mais crescem, que mais produzem, que mais evoluem, sob todos os pontos de vista.
Ao contrário de muitas outras que, outrora, eram ricas e florescentes, mas, que por motivos vários ficaram paralisadas ou entraram em decadência.
Uberaba resistiu bravamente às ondas atordoantes de todas as crises e, hoje se afirma, no interior da Pátria, como exemplo luminoso de trabalho, de energia criadora, de nobres e sadios idealismos.
Podemos considerar os dias que passam como brilhantes marcos de duas fases bem distintas na vida de Uberaba: a da velha cidade, semicolonial, onde tudo estava por fazer; e a da cidade moderna, que resolve todos os seus problemas vitais, que se coloca ao lado dos maiores centros urbanos do país, que é toda dinamismo, vibração e entusiasmo.
E quando, no futuro, se escrever a história destes dias supremos, um nome há de ressaltar, em relevo admirável, como fator primordial de todo esse bendito movimento de renovação: o do Prefeito Dr. Whady José Nassif.
Jovem ainda, trazendo n'alma, bem vivas, todas as crenças e todas as nobres aspirações da mocidade, ainda não contaminado ou desiludido pelos vícios ou defeitos da velha politicagem, o Dr. Whady Nassif assumiu o governo do Município, como elemento de conciliação, em hora angustiosa de extremadas lutas partidárias.
E, desde logo, se revelou como homem talhado para seu lugar, parecendo mesmo que foi escolhido por uma inspiração dos bons fados de nossa terra.
Honesto, caráter sem mácula, trabalhador infatigável, dedicando a Uberaba o mais sincero culto de veneração e de amor, traçou com punho firme o seu admirável programa de administração, a cuja realização estamos assistindo, empolgados, nestes dias grandiosos de transformação da cidade.
Abertura de novas ruas e avenidas, saneamento da cidade, calçamento de logradouros públicos, construção de rede de esgotos, embelezamento da parte central de Uberaba, colocação de passeios e meios fios em ruas mais afastadas, criação de novas escolas municipais, melhoria e conservação das estradas, subvenção às casas de caridade e aos estabelecimentos de ensino, pagamento das antigas dívidas do município, aumento da arrecadação, escrupulosa e honesta aplicação da receita - tudo isso é o seu programa que se realiza com segurança, que se cumpre sem solução de continuidade.
Os patrióticos governos da União e do Estado sempre demonstraram ao Sr. Dr. Whady Nassif confiança integra e completa e a melhor prova que temos disse está na execução dos grandes melhoramentos de Uberaba, que iniciaram, tendo sempre a mais ampla e eficiente colaboração da Prefeitura: Parque Fernando costa, Fazenda de Seleção, serviços de águas, serviço de energia elétrica, Praça de Esportes e tantos outros.
A administração municipal, pouco a pouco, foi criando novas possibilidades para o trabalho e para a iniciativa dos particulares; foi, dia a dia, formando o ambiente propício para a produção, para o desenvolvimento de todas as possibilidades do povo, para a aplicação de toda a capacidade construtora de nossa gente.
E as edificações surgem às centenas, lindas e modernas, em todas as ruas; erguem-se, majestosos, os primeiros arranha-céus do Brasil Central; numerosos adventícios chegam a Uberaba, atraídos pela fama do nosso progresso, vindos de todos os pontos do País; desenvolvem-se, como nunca, num ritmo sempre acelerado, a agricultura, a pecuária, o comércio e a indústria.
Tudo isso exprime a confiança do povo em seu governo.
Tudo isso exprime a certeza de que o município está sendo dirigido por um homem probo, capaz, digno, realizador.
A administração pública hoje constitui uma verdadeira ciência, complexa e difícil, exigindo conhecimentos especializados de direito, de finanças, de economia, de urbanismo, de psicologia e de sociologia.
O administrador moderno sabe que o povo não se contenta mais com uma simples ação de conservação do que já existia.
O povo exige realização de toda sorte, obras vultosas de toda espécie, que signifiquem maior conforto, maior bem-estar, maiores facilidades para o trabalho, mais beleza e mais alegria para a vida.
O administrador moderno há de ser de uma operosidade que não conheça desfalecimentos.
Uberaba, felizmente, possui na pessoa do Dr. Whady Nassif um administrador à altura de sua época, de suas necessidades, de suas aspirações.
E o Dr. Whady Nassif completa, com sua ilimitada bondade, os seus altos predicados de administrador.
Sempre disposto a servir, coração aberto a todas as solicitações do bem, generoso e tolerante, nunca deixou de atender a um pedido razoável e, sempre desinteressado, procura proporcionar, a todos os que o procuram, a justa e honesta solução dos casos pendentes.
Por isso, já eu disse em outra oração, esta frase que já ouvi repetida diversas vezes: para um grande povo, como o de Uberaba, um grande governo como o de Whady Nassif.
Ouça, Exmo. Sr. Dr. Whady Nassif, nesta hora, as vozes de estima, de reconhecimento e de admiração do seu povo, ouça as vozes de aplausos de sua gente reconhecida, ouça as manifestações de apreço e de solidariedade de nossa querida Uberaba; ouça, neste instante, o veredicto popular dos uberabenses sobre a sua administração.
Que essas vozes e esse julgamento sejam não apenas um conforto para o seu espírito, mas, principalmente, o melhor dos estímulos para que prossiga na mesma senda de trabalho, de dedicação à causa pública, pela grandeza e pela felicidade de Uberaba."
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